Estou me tratando de um inflamação cerebral, fazendo
quimioterapia. Já falei numa crônica sobre a burocracia para garantir meus direitos de afastamento do trabalho? Tinha uma perícia no começo do ano, na DIMES,
Paraná Previdência, fui acompanhada de minha tia e minha mãe que são
funcionárias públicas. Estacionamos na sombra. Como estou com a imunidade
baixa, minha mãe subiu para conseguir prioridade de atendimento (aquilo parece
pior do que SUS). Só que, enquanto esperávamos no carro, veio um segurança e
falou para nos retiramos dali, sem a menor educação. Então explicamos que a
vaga de prioritária, justamente para isso, atender os deficientes. E o cara
começou a gritar. Eu e minha tia demos risada e continuamos ali. Só que veio
mais um segurança e falou que era para sairmos dali. Minha tia falou que não
sairia, até porque tinha mais quatro vagas vazias para deficiente. E veio o
quarto segurança, chefe de todos. Começamos a ficar assustadas e eles ficharam
o carro sob pressão, já estavam em quatro. Fechamos os vidros e começamos a
sair. Eu fiquei bem assustada. Foi difícil para minha mãe nos achar, pois
tivemos que garimpar um lugar bem longe dali. E até agora ficamos nos
perguntando o por que de tudo aquilo? Porque esse tratamento?
Hoje, tive que ir pela “décima vez” fazer a perícia. Com
a imunidade baixa, tive que ficar na DIMES e foi horrível: uma fila enorme de
pessoas doentes esperando ser atendidas, e uma sujeira insuportável. Chão imundo,
paredes também, velhas e com gosmas escorrendo. Bancos velhos, sem limpar. Na sala
da médica, a mesma coisa, paredes imundas, uma balança também suja que parecia
da década de 1940 e não dava para usar.
Quero saber, que tratamento é este? Porque trabalhamos e
quando mais precisamos, somos tratados como porcos sujos? Não há nenhum
respeito com os funcionários do Estado do Paraná.
O que precisamos fazer para conquistar nosso direito?
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