O final-de-ano começou oficialmente.
Vê-se pelas ruas, lojas, mercados...
Frenéticas caminhando de um lado ao outro procurando realizar mil tarefas diárias, com a cabeça na semana entre o Natal e o Ano Novo. Aquela folguinha para descansar, viajar, rever a família. Planos que não passam de utopia, sendo o dia de apenas 24h, e esquecemos que entre uma atividade e outra temos que nos alimentar, nos locomover, nos produzir (cabelo, unha, depilação). Ah! Ainda antes dessas datas temos que comprar roupas, presentes, utensílios novos para casa. Há famílias que decidem reformar a casa também, mais uma para acrescentar às tarefas de final de ano. O ano vai acabar ou o mundo vai acabar? Desespero total e... Pronto, chegou o Natal! Incrível, mas a aflição não vai embora, e família que é família sempre tem aquela briguinha básica de lavação de roupa, o tal “arranca rabos”. Acho que é devido ao estresse, no auge.
Na verdade, eu entro naquela porcentagem das que não se iludem, não criam expectativas, já são tachados como estraga prazeres da família e desaparecem no ar próximos as datas comemorativas. Desde meus quatro anos de idade passo dias terríveis nos meus aniversários, almoços de Natal, viradas de ano.
Meus pais sempre disputando para que eu ficasse em um Estado ou noutro. Nem pra morarem na mesma cidade! E eu sempre feliz pela metade. Até lembro-me do melhor/pior presente da minha vida. Eu já tinha treze anos e procurava a casa do meu tio, neutro nessa briga. Quando cheguei em casa depois do almoço de natal, haviam duas bicicletas, uma cecizinha cor-de-rosa, com cestinha e tudo mais, e outra montain bike (amarela com pneus resistente o suficiente para fazer trilhas na serra: ). Uma dada pelo meu pai e a outra por minha mãe.
E agora? pensei comigo, terei de escolher entre um e outro. Meu sonho tinha virado pesadelo.
Talvez por isso, agora fazendo essa catarse, pressionada pela proximidade da data, que eu conheci o paraíso, pego a minha mochila e vou para a ilha mais distante do litoral paranaense, Superagüi (3h30 a distância de Paranaguá). Lá tenho uma família de coração e uma Noite de Natal bem distante do agito urbano.
As bicicletas? Nunca tive coragem de me desfazer nem de uma nem outra, acabou que esses tempos emprestei uma pra uma prima e outra pro meu irmão, e fiquei sem as duas quase ao mesmo tempo.
E que janeiro venha logo para ver a cidade tranquila, os ônibus vazios, e aquele ar de renovação nas casas da vizinhança.
Um comentário:
E depois de toda a negação das festas, exílio e reafirmação da falta de esperança, eis que ela ressurge, como num deslize: "e aquele ar de renovação nas casas da vizinhança."
:)
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