É uma sensação de fortalecimento quando piso na cidade portuária mais antiga do Paraná. Além de ser um patrimônio histórico (mal preservado) do Estado, é uma referência familiar para mim. Lá ainda encontro viva a raça tupi na pele dos parnanguaras, nos trabalhos artesanais, na comida, nos ventos e movimentos.
Num feriado-surpresa, em que o sol apareceu entre as nuvens e um calor tranquilo nos acompanhou, pudemos, eu, amigas e mami, pisar nas ruas históricas, com casarões desabando e, ainda assim, transparecendo relatos do nosso passado.
Fomos prestigiar o Artista e Cineasta Cyro Matoso no lançamento de seu mais recente filme O Filho que Fugiu do Inferno, e ainda aproveitamos a festa da tainha. Além de levar a amiga Yumi e minha mãe conhecerem o museu MAE, um espaço jesuítico doado para preservação da cultura caiçara. Todas receberam o presente de encontrar a exposição do Tyryetê Kaxinawa. Das quais me emocionaram. Obras inspiradas pela Amazônia verde-colorida. As lágrimas minhas se fizeram presentes no registro das cartas de crianças locais agradecendo pela marcante manifestação sobre a vida e seu oposto aniquilamento da natureza que o poeta e artista plástico perpetuou.
Caminhando ainda pelo museu, recordei um amor, exposto numa parede gigante pelos traços de Poty, que me representa particularmente o desejo em deixar de ser um segredo e tornar-se vivo no coração de quem vê e sente.
Encerrando o passeio, com o Cyro e sua câmera na garoa noturna, uma cena que ele registrou: um beijo cinematográfico entre as sombrinhas coloridas das amigas, e que esperamos sejam usadas para o seu próximo filme.
A natureza sempre nos presenteando, fez o tempo virar e assim descansarmos no dia de domingo, para a semana energizada eu, encolhida com pantufas, escrever estas linhas saudando pela vida manifestada em tantos sentidos quanto podemos perceber.
Tainá Pires
26-06-2011
Foto: Simone Giacomin
2 comentários:
Bonita e criativa sua crônica, Tainá. As imagens parecem saltar das linhas. Consegui visualisar algumas...
Guilherme.
lindo, manso, escrito com o coração!
Postar um comentário