Aterrisei, encostada numa coluna
Na cobertura do museu
Visto toda a exposição
Esperava pela chuva escoar
Num janeiro tímido
Raciocinar, o convencional!
Porém nada sabiam
As crianças pulandeiras
Que rompiam os meus pensamentos,
correndo e mexendo na minha longa saia com as mãos
Desvendando um novo esconderijo
em suas ondas
Culpa dos pais, aguardando a calmaria
E ali, admirando a arte viva
Senti a melancolia
Entre lembranças de minha infância
E o desejo maternal
Um pequenino vem até mim
oferecer uma bala e um beijo
A vida imita a arte?
Raciocinar, não mais preciso!